quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

“Sê o que quiseres, mas procura sê-lo totalmente" (Thomas More)


Gostaria de fazer uma alusão direta ao livro de Thomas sobre a ilha Utopia e contribuir de uma forma mais formal com os debates das meninas. Mas estou tomado pela informalidade nesta quinta-feira devido ao acúmulo de obrigações e, também, devido à noite de ontem.


Por hora vamos a retórica sem qualquer sentido (risos).
O, então Realismo, é conhecido por ser regado com boas doses de pessimismo. As pessoas vêem o mundo, seus atores e toda a ordem sistêmica com um pé atrás ao desconfiar da natureza das ações. Estas dúvidas retomam, e justificam, o porquê os pensadores clássicos iniciam o debate sobre pólitica, Estado e sociedade ao discutir a natureza humana.

Não abraçarei a tese de John (Locke) sobre o indivíduo constituir uma folha em branco preenchida exclusivamente com as experiências de vida que este é submetido. Também não assinarei no rodapé do Sr. Hobbes ao argumentar sobre um CAOS natural das relações humanas. Creio, pessoalmente, em uma essência. Alguns analisam as ações humanas e questionam os padrões com argumentos da esfera: “Não há como julgar um certo e um errado, pois estes são completamente relativos dependentes de normas sociais e culturas. Por esta razão, não há como classificar a natureza humana.”

Permitam que eu discorde?
Veja a questão não são os padrões e as classificações. Mas a opção que fazemos entre elas. Você vive em uma sociedade tradicionalmente católica? Deve ter uma influencia direta destes preceitos no que é socialmente louvável ou socialmente degradante. A questão não é o valor em si, se ele esta certo ou é questionável. Mas a questão resume-se ao fato de que EXISTE um valor em jogo. Valor que nenhuma pessoa sozinha pode mudar. Portanto você possui uma escolha entre o “socialmente certo” e o “socialmente errado”. Esta escolha que define a sua essência.

Não subestimem a beleza do obvio. Não proponho uma nova classificação entre luz e trevas. Porque a situação é um pouco mais complexa. Peguem o exemplo de um homossexual. Nesta sociedade judaico-cristã ele não possui incentivos de lutar pela sua posição, por ser um “violador” das normas. Entretanto, ao utilizar da mesma fonte de argumento para justificar seus sentimentos, seu amor, seu relacionamento ele aleija um padrão imposto e pode desencadear uma mudança de classificação se atingir um coletivo. Vejam que mesmo por escolher uma opção de “trevas” ele, através do argumento, consegue mudar este valor e hoje muitos vêem um homossexual como uma pessoa em busca da felicidade em um relacionamento como qualquer outra.

A opção do homossexual, e de como ele defende seus ideais, gerou mudanças e caracterizou a sua essência, não do grupo, mas daquele individuo que “lutou”, “argumentou”, etc.  Ou seja, a essência é individual mas a mudança pode ser coletiva pelo dialogo, troca de idéias e por vias do pensamento.

Este, a meu ver, é o objetivo deste blog. Difundir argumentações, ponto de vistas entre autores e alcançar outros... Quem sabe, assim, geramos uma mudança coletiva? As minhas amigas adeptas a um Realismo eu venho equilibrar a balanças.

5 comentários:

Bruna Sobral disse...

É Cauê...você é mesmo um fofo.
Bom, não queria, mas sou obrigada a discordar de ti...rs
Com ctz, a argumentação é uma maneira de mudar o pensamento das pessoas, sou prova viva disso. Porém, a questão da natureza da pessoa não está simplesmente relacionada ao meio e as influencias. O caráter sim, mas existem sentimentos que são inerentes ao ser humano. O egoísmo é um deles. Todos somos egoístas, alguns menos, outros mais, e isso sim é influenciado pelas experiências, pelo caráter. E qndo a situação é favorável para q esse sentimento se aflore, ele se aflorará, de acordo com o caráter de cada um. Por isso, a ocasião faz o ladrão. E por isso, o poder corrompe, a diferença se encontra no quanto é a corrupção.

Flavia disse...

Nossa gente, nem vou comentar... preciso me inspirar mais pra brigar com vcs... ou melhor, vou assistir a próxima temporada dos Tudors pra definir a minha opinião sobre o Tom...kkk

Cauê Mendonça Cardoso disse...

Hahahaha muita intimidade certo?
Espero que eles não tenham ficado chateados... Bruna, postei sobre o egoísmo no proximo post ;]

Fernandinha disse...

Ah!......eu posso falar.......?!!
Essa me tocou profundamente...Cauê vc me quase me fez chorar.....
Apesar de vc ser muito liberal...até demais sou sua fã numero 1.

Bejinhos Fernandinha.

Cauê Mendonça Cardoso disse...

Obrigado Fer! ;D
Mas é sempre bom escutar vocês porque tenho medo de me perder nos meus pensamentos e você me chamam a uma realidade necessária... Bjao!