Por Jonathan Thatcher
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disse na quinta-feira que uma eventual punição da comunidade internacional pelo lançamento de um foguete levará o país a reativar uma usina atômica que produz plutônio para armas nucleares.
O fechado regime comunista levou nesta semana um foguete para sua plataforma de lançamento, alegando que pretende colocar um satélite em órbita. Os EUA e seus aliados asiáticos, no entanto, dizem que se trata de um teste disfarçado de um míssil de longo alcance, o que viola sanções da ONU por causa de testes anteriores.
Esse será o primeiro desafio ao governo de Barack Obama no trato com a irritadiça Coreia do Norte, cujo programa de armas nucleares há anos gera atritos com Washington.
A Coreia do Norte alertou que vai considerar como "ato hostil" qualquer punição que for decidia pelo Conselho de Segurança da ONU.
"Todos os processos para a desnuclearização da península da Coreia (...) voltarão ao que costumavam ser antes do seu início, e medidas fortes e necessárias serão tomadas", afirmou um porta-voz da chancelaria, em declarações transmitidas pela agência estatal KCNA.
A Coreia do Norte paralisou seu velho reator nuclear e começou a desmantelar a usina atômica de Yongbyon, conforme prevê um acordo multilateral de 2005, que oferece vantagens econômicas e diplomáticas como contrapartida. Apesar do acordo, os norte-coreanos testaram uma arma nuclear em 2006.
O jornal sul-coreano Chosul Ilbo citou uma fonte diplomática segundo a qual o Norte poderia disparar o seu míssil Taeopodong-2, supostamente capaz de atingir o Alasca, até o fim de semana.
"Tecnicamente, o lançamento é possível dentro de dois ou três dias", disse a fonte. Pyongyang afirma que pretende disparar o foguete, que usa a mesma tecnologia do Taepodong-2, entre os dias 4 e 8 de abril.O Departamento de Estado norte-americano informou na quinta-feira que enviados de Japão, Coreia do Sul e EUA vão se reunir em Washington na sexta-feira, num sinal da crescente preocupação com o possível lançamento.
A Casa Branca disse que o disparo do foguete seria "provocativo" e violaria resoluções da ONU. O diretor de inteligência nacional do governo norte-americano, Dennis Blair, afirmou a jornalistas que o lançamento poderia acarretar uma condenação internacional ou algo "pior".
(Reportagem adicional de Randall Mikkelsen, Sue Pleming e Paul Eckert, em Washington, e Jack Kim, Jon Herskovitz, Yoo Choonsik e Seo Eun-kyung, em Seul)
Fonte: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE52P0H620090326
Eu apóio a Coréia do Norte... mas concordo que os EUA e aliados têm motivos para serem contra os testes
Japão prepara defesas contra foguete norte-coreano
sexta-feira, 27 de março de 2009 08:39 BRTPor Yoko Nishikawa
TÓQUIO (Reuters) - O Japão determinou na sexta-feira que seus militares se preparem para interceptar eventuais destroços perigosos que possam atingir seu território caso algo dê errado no lançamento de um foguete da Coreia do Norte.
Pyongyang diz que pretende colocar um satélite de comunicações em órbita entre os dias 4 e 8 de abril. Os EUA e seus aliados asiáticos acreditam que na verdade se trate de um teste disfarçado do míssil de longo alcance Taepodong-2.
O foguete já está na plataforma de lançamento, em uma base no leste da Coreia do Norte.
"Emiti uma ordem ... para preparar para destruir qualquer objeto que possa cair sobre o Japão, como resultado de um acidente envolvendo um objeto voador da Coreia do Norte", disse a jornalistas o ministro da Defesa, Yasukazu Hamada.
O regime norte-coreano informou a entidades internacionais que o foguete deve passar sobre o Japão, deixando cair seus propulsores a leste e a oeste do arquipélago. Pyongyang alerta que vai considerar o eventual abate do foguete como um ato de guerra.
Hamada reiterou o apelo do Japão para que o recluso regime comunista cancele o lançamento, e disse que Tóquio fará de tudo para proteger o povo japonês. Mas salientou que o país só agirá se o objeto efetivamente ameaçar cair em seu território.
Fonte: http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE52Q04220090327
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