O líder da Revolução cubana, Fidel Castro, classificou hoje de "lamentos chorões" que "metem pena" as afirmações do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que o seu país não levantará o bloqueio a Cuba.
"Os seus lamentos chorões metem pena, especialmente quando não existe um só governo latino-americano e caribenho que não veja essa medida 'antediluviana' como um lastro do passado", afirma Castro, em novo artigo difundido hoje no site oficial cubadebate.
Biden negou sábado - em Viña del Mar, Chile, onde participou da Cúpula de Líderes Progressistas - que a administração de Barack Obama tenha a intenção de levantar o embargo. E afirmou que os cubanos "devem determinar o seu próprio futuro em liberdade e com a possibilidade de prosperidade económica".
O vice-presidente norte-americano afirmou ainda que "Cuba não é o maior desafio que enfrentamos" e que não tinha ido ao Chile falar deste assunto.
Fidel Castro defende que "quem ler as declarações do piedoso católico Joe Biden, que descarta levantar o bloqueio económico a Cuba, suspirando por uma transição interna que no nosso país seria francamente contra-revolucionária, ficará assombrado"
O ex-presidente cubano diz ainda que "é divertido ver como se agitam as entranhas do império, cheio de problemas e contradições insuperáveis com os povos da América Latina, a quem pretendem dominar eternamente".
No artigo, intitulado "China, a futura grande potência económica", Castro fala também da atitude do país asiático face à crise internacional e do peso que terá na reunião do G20, a realizar em Londres quarta e quinta-feiras.
"Pelo que se pode apreciar, a influência da República Popular da China na reunião de Londres será enorme, do ponto de vista económico, ante a crise mundial. Isso nunca ocorreu antes, quando o poder dos Estados Unidos reinava totalmente nesse campo", disse.
Lei abaixo a íntegra do artigo
Reflexões do Companheiro Fidel
China, a futura grande potência econômica
Nestes dias, muitas matérias falaram do potencial econômico da China.
Ontem, 28 de março, foi a vez da principal agência de notícias norte-americana reconhecer que "a China é a única economia importante que segue crescendo com força no mundo"...
"Em sua segunda repreensão à liderança estadunidense em uma semana - continua a notícia, não muito amável ao final do parágrafo -, o presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, assegurou que a rápida resposta da China à fase de contração econômica internacional - incluindo o pacote de estímulo equivalente a US$ 586 milhões - demonstrou a superioridade de seu sitema político, autoritário e unipartidista".
A agência AP, de imediato, divulga as palavras textuais do presidente do banco central chinês: "Os fatos são evidentes e demonstram que, em comparação com outras economias importantes, o governo chinês tomou medidas políticas pontuais, firmes e eficazes, demonstrando as vantagens de seu sistema...", tomadas de declarações de Zhou que, segundo afirma a agência, foram difundidas no site do Banco Popular da China.
"Quando faltam duas semanas para a reunião do Grupo dos 20 países de economias mais importantes (G20) - acrescenta a notícia -, em 2 de abril, em Londres, Zhou chamou os demais governos a outorgarem a seus ministros das Finanças e bancos centrais toda a autoridade, para que possam 'atuar de forma audaz e eficaz, sem ter que passar por um processo longo, ou mesmo doloroso de aprovação'.
"A China deixou clara sua aspiração: quer um dólar norte-americano estável e até defendeu a criação de outra moeda mundial paralela. Beijing se opõe ao protecionismo - prossegue a agência - e está exigindo que lhes dêem mais ouvidos sobre a forma como os sistemas financeiros são regulados e como eles são resgatados, enquanto se abstém de fazer qualquer promesa de novos planos de resgate ou estímulo em seu próprio solo".
E a parte final da notícia, expressa:
"... o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao, tem instado Washington a que a união norte-americana continue sendo uma nação crível."
"Em outras palavras, Beijing quer que Washington evite estimular a inflação com um gasto excessivo do governo em pacotes de salvamento e estímulo".
Pelo que se pode observar, a influência da República Popular da China na reunião de Londres será enorme, do ponto de vista económico, ante a crise mundial. Isso nunca ocorreu antes, quando o poder dos Estados Unidos reinava totalmente nesse campo
Por outro lado, en nosso hemisfério, é divertido ver como se agitam as entranhas do império, cheio de problemas e contradições insuperáveis com os povos da América Latina, a quem pretendem dominar eternamente.
Quem ler as declarações do piedoso católico Joe Biden, em Viña del Mar, que descarta levantar o bloqueio económico a Cuba, suspirando por uma transição interna que, no nosso país, seria francamente contra-revolucionária, ficará assombrado.
Seus lamentos chorões metem pena, especialmente quando não existe um só governo latino-americano e caribenho que não veja nessa medida antediluviana um lastro do passado. Que ética subsiste na política dos Estados Unidos? Quanto resta de cristianismo no pensamento político do vice-presidente Biden?
Fidel Castro Ruz
29 de março de 2009
Biden negou sábado - em Viña del Mar, Chile, onde participou da Cúpula de Líderes Progressistas - que a administração de Barack Obama tenha a intenção de levantar o embargo. E afirmou que os cubanos "devem determinar o seu próprio futuro em liberdade e com a possibilidade de prosperidade económica".
O vice-presidente norte-americano afirmou ainda que "Cuba não é o maior desafio que enfrentamos" e que não tinha ido ao Chile falar deste assunto.
Fidel Castro defende que "quem ler as declarações do piedoso católico Joe Biden, que descarta levantar o bloqueio económico a Cuba, suspirando por uma transição interna que no nosso país seria francamente contra-revolucionária, ficará assombrado"
O ex-presidente cubano diz ainda que "é divertido ver como se agitam as entranhas do império, cheio de problemas e contradições insuperáveis com os povos da América Latina, a quem pretendem dominar eternamente".
No artigo, intitulado "China, a futura grande potência económica", Castro fala também da atitude do país asiático face à crise internacional e do peso que terá na reunião do G20, a realizar em Londres quarta e quinta-feiras.
"Pelo que se pode apreciar, a influência da República Popular da China na reunião de Londres será enorme, do ponto de vista económico, ante a crise mundial. Isso nunca ocorreu antes, quando o poder dos Estados Unidos reinava totalmente nesse campo", disse.
Lei abaixo a íntegra do artigo
Reflexões do Companheiro Fidel
China, a futura grande potência econômica
Nestes dias, muitas matérias falaram do potencial econômico da China.
Ontem, 28 de março, foi a vez da principal agência de notícias norte-americana reconhecer que "a China é a única economia importante que segue crescendo com força no mundo"...
"Em sua segunda repreensão à liderança estadunidense em uma semana - continua a notícia, não muito amável ao final do parágrafo -, o presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, assegurou que a rápida resposta da China à fase de contração econômica internacional - incluindo o pacote de estímulo equivalente a US$ 586 milhões - demonstrou a superioridade de seu sitema político, autoritário e unipartidista".
A agência AP, de imediato, divulga as palavras textuais do presidente do banco central chinês: "Os fatos são evidentes e demonstram que, em comparação com outras economias importantes, o governo chinês tomou medidas políticas pontuais, firmes e eficazes, demonstrando as vantagens de seu sistema...", tomadas de declarações de Zhou que, segundo afirma a agência, foram difundidas no site do Banco Popular da China.
"Quando faltam duas semanas para a reunião do Grupo dos 20 países de economias mais importantes (G20) - acrescenta a notícia -, em 2 de abril, em Londres, Zhou chamou os demais governos a outorgarem a seus ministros das Finanças e bancos centrais toda a autoridade, para que possam 'atuar de forma audaz e eficaz, sem ter que passar por um processo longo, ou mesmo doloroso de aprovação'.
"A China deixou clara sua aspiração: quer um dólar norte-americano estável e até defendeu a criação de outra moeda mundial paralela. Beijing se opõe ao protecionismo - prossegue a agência - e está exigindo que lhes dêem mais ouvidos sobre a forma como os sistemas financeiros são regulados e como eles são resgatados, enquanto se abstém de fazer qualquer promesa de novos planos de resgate ou estímulo em seu próprio solo".
E a parte final da notícia, expressa:
"... o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao, tem instado Washington a que a união norte-americana continue sendo uma nação crível."
"Em outras palavras, Beijing quer que Washington evite estimular a inflação com um gasto excessivo do governo em pacotes de salvamento e estímulo".
Pelo que se pode observar, a influência da República Popular da China na reunião de Londres será enorme, do ponto de vista económico, ante a crise mundial. Isso nunca ocorreu antes, quando o poder dos Estados Unidos reinava totalmente nesse campo
Por outro lado, en nosso hemisfério, é divertido ver como se agitam as entranhas do império, cheio de problemas e contradições insuperáveis com os povos da América Latina, a quem pretendem dominar eternamente.
Quem ler as declarações do piedoso católico Joe Biden, em Viña del Mar, que descarta levantar o bloqueio económico a Cuba, suspirando por uma transição interna que, no nosso país, seria francamente contra-revolucionária, ficará assombrado.
Seus lamentos chorões metem pena, especialmente quando não existe um só governo latino-americano e caribenho que não veja nessa medida antediluviana um lastro do passado. Que ética subsiste na política dos Estados Unidos? Quanto resta de cristianismo no pensamento político do vice-presidente Biden?
Fidel Castro Ruz
29 de março de 2009
Um comentário:
Fidel só pode ser tendencioso, contudo, ele não foge de alguns fatos relevantes. Ora, quando a crise atinge na artéria a cúpula dos "Estados do Bem-Estar"... Quais questões devemos fazer? A que se deve tal acontecimento? Ele é cíclico? PRECISA ser cíclico? Há um modelo alternativo?
EUA x URSS. Em tese o modelo da URSS não sobrevive. EUA x China (contexto totalmente diferente)... a China continua em pé. Deve-se ao fato de ser comunista? autoritária? unipartidária? Ou apenas ao seu mercado interno gigante e ações tomadas para que o mercado interno supra o consumo, os investimentos e a força do Mercado? São questões importantes... Afinal, em tese poderíamos aplicar o modelo Beijin no Brasil, Rússica, EUA, Canadá... países baleias com um mercado interno considerável. Agora, e a França? Alemanha? Existe um modelo alternativo para estes países?
No que concerte a padronização, doentia da humanidade, nada deve ser deixado de lado. Não entendo a dificuldade de tais questões. Porque precisamos seguir as mesmas regras domésticas para destruir as barreiras preconceituosas de cooperação? Ao focar o ser-humano, todos poderiam seguir algumas medidas que gerem um respeito, a ordem, etc. Mas porque um mesmo conjunto de medidas para todos? porque as mesmas soluções para todos? porque um nível de liberalizarão e/ou protecionismo para todos?
Não há uma particularidade em cada Estado? Não cabe a ele focar-se na população, legitimizadora do pacto, para promover a ordem, a evolução e a estabilidade? Agora, modelos diferentes impedem uma cooperação ou uma reunião entre Chefes-de-Estado?
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