O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse que espera "zerar" as relações com os Estados Unidos este mês na Cúpula das Américas, depois de quase uma década de tensões entre Caracas e Washington.
O líder venezuelano, de tendência esquerdista e aliado de Cuba, vem há meses oferecendo sinais ambíguos sobre a chegada de Barack Obama à Presidência dos EUA, algumas vezes elogiando seu governo enquanto em outras faz pouco caso dele, tratando-o como líder do "império" ou chamando-o de "ignorante".
"Esperamos que a cúpula em Trinidad e Tobago sirva para zerar as relações entre os Estados Unidos e a Venezuela. Quero usar o botão reset", disse Chávez, segundo um comunicado divulgado neste sábado pelo Ministério das Comunicações.
Está previsto o comparecimento de Obama na cúpula, nos dias 17 a 19 de abril, e Chávez também é esperado no evento.
O ministério informou que Chávez, que está visitando o Irã, fez o comentário em uma ligação telefônica de Teerã para um programa da TV estatal venezuelana na sexta-feira à noite.
Embora a Venezuela, membro da Opep, forneça aproximadamente 10 por cento do petróleo importado pelos EUA, o país manteve por muitos anos uma dura guerra de palavras com o governo do ex-presidente George W. Bush.
Num episódio famoso, Chávez chamou Bush de "diabo" em uma assembléia das Nações Unidas.
Chávez aplaudiu o governo de Obama por fechar a muito criticada prisão de Guantánamo e avaliou que o novo presidente norte-americano pode representar uma melhoria em relação ao governo Bush. Mas ele continua a retratar os EUA como inimigo de sua revolução.
(Reportagem de Brian Ellsworth)
Cúpula das Américas:
As Cúpulas das Américas reúnem, desde 1994, Chefes de Estado e de Governo dos países americanos com Governos democraticamente eleitos para discutir temas de relevância para o continente, buscar a definição de políticas comuns para seu encaminhamento e delinear uma visão compartilhada para a região nas áreas econômica, social e política.
O Processo de Cúpulas insere-se no espírito de reuniões interamericanas inaugurado, ainda em fins do século XIX, com a realização da Primeira Conferência Internacional Americana, que levou ao Escritório Comercial das Repúblicas Americanas, e, posteriormente, da União Panamericana e da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1948.
As profundas transformações políticas e econômicas ocorridas no mundo desde o fim da Segunda Grande Guerra tiveram reflexos importantes no diálogo interamericano. Após o fim da Guerra Fria, o Governo dos EUA propôs a realização, em Miami, em 1994, de reunião de Chefes de Estado e de Governo das Américas, com o objetivo de reorganizar as relações interamericanas, a partir da definição de nova agenda, com conteúdo e mecanismos adequados às novas condições do cenário mundial e regional.
Na Cúpula de Miami, foi definida a realização de reuniões periódicas, onde seriam definidas e atualizadas as orientações fundamentais de uma Agenda para as Américas, edificada com base em Planos de Ação a serem negociados a cada reunião.
A decisão de institucionalizar as Cúpulas configurou a idéia de um Processo no qual se acumulam experiências, forja-se uma linguagem comum e programam-se mandatos e ações coletivas, multilaterais e nacionais, as quais sistematizam novas referências teóricas e práticas das relações hemisféricas com vistas a encontrar respostas aos problemas que afetam as populações das Américas. Buscou-se, assim impulsionar a modernização e o fortalecimento da institucionalidade interamericana, e, particularmente, de seu principal foro político, a OEA.
Realizaram-se, desde então, as Cúpulas de Santiago, de Quebec e de Mar del Plata, além da Cúpula de Santa Cruz, Bolívia, sobre desenvolvimento sustentável e a Cúpula Extraordinária de Monterrey, no México, sobre combate à pobreza e promoção da inclusão social. Está em fase de preparação a V Cúpula das Américas, a realizar-se em Trinidad e Tobago, de 17 a 19 de abril de 2009, em que serão debatidas a prosperidade humana, sustentabilidade ambiental e segurança energética.
Neste ano de 2009 a Cupula das Américas será realizado em Trinidad e Tobago na sua V edição e ocorrerá entre 17 e 19 de abril. O tema central do evento tem como título: "Garantindo o futuro de nossos cidadãos mediante a Promoção da Prosperidade Humana, a Segurança Energética e a Sustentabilidade Ambiental".
Segundo a OEA, será a primeira reunião dos chefes de Estado das Américas em um país do Caribe.
O Papel da OEA:
Ao longo dos anos, a OEA vem assumindo um papel cada vez mais importante no apoio à Cúpula das Américas e na implementação de seus mandatos. De fato, muitas das importantes conquistas da OEA, nos últimos anos, vieram como resultados dos mandatos da Cúpula. Foi o caso da adoção da Carta Democrática Interamericana e da criação do Mecanismo de Avaliação Multilateral (MEM), uma importante ferramenta criada para medir o desempenho de medidas de combate às drogas ilegais nos países membros e nas regiões como um todo. Os países membros têm adotado uma estratégia similar, no combate à corrupção.
A Cúpula das Américas vem direcionando a OEA em diversos temas, como Direitos Humanos, Segurança no Hemisfério, Comércio, Combate à Pobreza, Igualdade de gênero, Igualdade dos Direitos da Mulher e Participação da Sociedade Civil. A OEA também é responsável por estabelecer Reuniões Ministeriais periódicas para discutir assuntos relacionados à Educação, Justica, Trabalho, Defesa, Cultura e Desenvolvimento Sustentável. Tais encontros promovem o fortalecimento da cooperação em áreas específicas e asseguram que as políticas propostas pelas Cúpulas atinjam os países, e que seus mandatos sejam efetivamente cumpridos.
A responsabilidade de promover a Cúpula das Américas e implementar seus mandatos está diretamente ligada aos Governos, por meio do GRIC. Na Terceira Reunião da Cúpula, os líderes regionais atribuíram à OEA a responsabilidade de atuar como memória institucional e Secretaria Técnica da Cúpula das Américas.
A OEA apóia os países no processo de acompanhamento e planejamento das Cúpulas, além de fornecer apoio técnico e logístico ao GRIC. A Secretaria de Cúpula das Américas na OEA coordena a execução dos mandatos atribuídos à OEA e preside o Grupo de Trabalho Conjunto, que inclui as outras instituições do sistema interamericano. A OEA tem também a função de aprofundar os vínculos com a sociedade civil para assegurar que as organizações não-governamentais, instituições acadêmicas e outros grupos possam contribuir com idéias e acompanhar a implementação das iniciativas da Cúpulas das Américas.
fonte:
www.cumbresdelasamericas.org
http://www.mre.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=39&Itemid=315
http://www.oas.org/key_issues/por/KeyIssue_Detail.asp?kis_sec=3
http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE53309020090404
Um comentário:
É...é...é...Será que não estão esperando demais do Obama não?? Ele ainda não foi enforcado, mas em breve será enforcado com a corda q ele próprio está dando. Não quero parecer pessismista. Mas que tal deixar a poeira abaixar? Deixa esse ano acabar, e quero ver como tudo estará. Bom...e o Chavez...hahahah...zerar as realções. Claro... Zera estes conflitos pra poder começar uma nova lista não é?? Por que os EUA não vão se tornar melhor amigo da Venezuela, com atitudes que agradem a Chavez sempre....e Chavez...todos sabemos o quanto é desbocado, né?? Enfim...o tempo dita quem é quem!!! Espero me surpreender dessa vez.
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