Teerã, 4 abr (EFE).- Irã e Venezuela definiram hoje uma nova rota em suas estreitas relações bilaterais, com a qual pretendem aumentar suas trocas comerciais e fortalecer sua ação política durante a próxima década.
A assinatura deste novo "acordo estratégico de dez anos" foi o ato final de uma visita oficial de três dias que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, fez ao Irã durante uma viagem que também o levará ao Japão e à China."Os documentos assinados são o ponto de partida de uma rota firmada pelos dois presidentes", explicou Chávez em uma declaração final junto a seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
Segundo o presidente venezuelano, este novo compromisso pretende acelerar o desenvolvimento de "dois países que estão destinados a se transformar em duas potências do século XXI, para dar forma a um mundo multipolar", ressaltou Chávez diante da imprensa no palácio presidencial de Teerã.
Chávez chegou na quinta-feira à capital iraniana vindo do Catar, em uma visita de cunho marcadamente econômico, durante a qual nove protocolos de cooperação foram assinando e novos projetos de desenvolvimento foram postos na mesa de negociações.
A proposta para que o Irã explore uma jazida de petróleo na cidade de Ayacucho, em plena selva venezuelana, foi uma das mais destacadas.
Além disso, tiveram início os estudos para a construção de duas refinarias de capital misto, uma na Venezuela e outra em território iraniano.
No entanto, a estrela da visita de Chávez foi a inauguração do primeiro banco binacional entre Irã e Venezuela, que começará a funcionar com um fundo de US$ 1,6 bilhão e que pretende financiar projetos conjuntos.
Embora Chávez e Ahmadinejad não tenham hesitado em apresentá-lo como um "modelo de uma nova era", especialistas internacionais duvidam de sua viabilidade e efetividade.
A economia e a crise financeira internacional também foram discutidas nesta sétima visita do atual presidente venezuelano ao Irã.
Os dois chefes de Estado aproveitaram a oportunidade para voltar a proclamar, agora juntos, a morte do capitalismo e a necessidade de criar um novo sistema mais ético, "fundamentado em valores espirituais e morais".
"Eu vim falando do G2 em tom de piada, mas acho que está se tornando realidade", afirmou hoje Chávez em referência ao "grupo" formado por Irã e Venezuela.
"Um grupo novo que nasceu, e peço a Deus que ilumine nossos caminhos e que sejamos capazes de transformá-lo em um grupo invencível do mundo novo, para a transformação do mundo. Estamos criando um novo modelo de relacionamento", afirmou o presidente venezuelano.
Seguindo a mesma linha, Ahmadinejad se mostrou "feliz" pela queda de um sistema que, na sua opinião, só cresce sobre "o egoísmo e a cobiça"
"Muitos anos de tirania vão a desaparecer para sempre. O mundo está em um profundo momento de mudança e precisa de uma nova ordem", disse o presidente do Irã.
Neste sentido, os dois chefes de Estado voltaram a criticar as grandes economias do mundo e insistiram em que a cúpula do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes) celebrada esta semana em Londres foi um "fracasso".
A ampla atividade econômica deixou as discussões políticas em segundo plano. Segundo fontes ligadas à delegação venezuelana, as conversas sobre este assunto giraram em torno da nova conjuntura gerada pela chegada de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos.
Chávez se mostrou "pessimista" quanto às possibilidades de êxito de um eventual diálogo entre EUA e Irã, países que romperam seus laços diplomáticos em abril de 1980 após a queda do último xá da Pérsia, o pró-ocidental Mohammad Reza Pahlevi.
Neste último dia de visita oficial, o presidente venezuelano foi recebido rapidamente pelo líder supremo da Revolução iraniana, aiatolá Ali Khamenei, que agradeceu a Chávez por sua decisão de cortar as relações diplomáticas entre Venezuela e Israel após a última invasão israelense na Faixa de Gaza.
"Na verdade, o que o Governo venezuelano fez era a obrigação dos Governos europeus que afirmam ser defensores dos direitos humanos", disse Khamenei.
Chávez e Ahmadinejad se despediram com uma breve cerimônia militar no palácio presidencial iraniano, de onde o presidente da Venezuela se dirigiu ao aeroporto para viajar a Tóquio, o próximo destino de sua viagem.
fonte:
http://www.efe.com
http://br.noticias.yahoo.com/s/04042009/40/mundo-ira-venezuela-assinam-acordo-estrategico.html
Um comentário:
Agora sim temos justiça! Contrapondo-se aos "posts" da Bárbara uma notícia a la latinoamerica! (risos)
Bom, vamos falar sério agora. Retórica ou não, movimentos são feitos, quando o acordo atinge pontos práticos... Então, posiconamentos são estruturados. Como todos sabem, penso que o Lula foi o homem certo no momento certo para o Brasil. O brasileiro possui uma série de barreiras enraizadoras que o impedem de atingir mudanças mais radicais, Lula tem encaminhado algumas atitudes de carater mais esquerdista que a população outrora criticava por sair de um tradicionalismo, para agora ver como "boas medidas". Ou seja, um homem como o Chávez não sobreviveria no Brasil. Mas ele sobrevive na Venezuela e atinge seus objetivos com o passar do tempo. Gosto de pensar, que o Brasil gradualmente adiquirirá mais poder no Sistema e, em paralelo, atingirá cada vez mais aspectos político-sociais da esquerda. Não apenas pelas poucas conquistas de Lula nesta esfera, mas pelo ambiente esquerdista que surgiu no fim dos anos 90 na América Latina manteve-se devido as conquistas de cada governo. Avante pensadores Latino Americanos para soluções LATINO AMERICANAS aos problemas LATINO AMERICANOS!
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