Com hora marcada para coincidir com um encontro do G20, que reúne as maiores economias do mundo e os principais países emergentes, milhares marcharam atrás de modelos dos "quatro cavaleiros do apocalipse" representando crimes financeiros, guerras, mudanças climáticas e falta de moradias.
Dezenas de manifestantes quebraram os vidros de uma agência do Royal Bank of Scotland, um banco falido que foi socorrido pelo governo. Seu ex-chefe Fred Goodwin foi alvo da fúria dos britânicos pelo alto pagamento concedido aos banqueiros.
"Estas ruas, nossas ruas! Esses bancos, nossos bancos!", gritavam os manifestantes.
Alguns jogaram ovos na polícia e cantavam "façam uma fogueira, coloquem os banqueiros no topo". Outros gritavam "pulem" e "que vergonha" para trabalhadores do setor financeiro que assistiam à marcha das janelas dos edifícios.
"Nós fomos roubados", disse Vinzcente Oliver, 22 anos, do norte da Inglaterra. Ele protestava sobre como as baixas taxas de juros atingiram os pensionistas e poupadores. "Eu venho em apoio às pessoas mais velhas que têm trabalhado por todos estes anos. Se nós roubássemos alguma coisa, iríamos para a cadeia."
A polícia britânica disse ter colocado em vigor na quarta-feira um dos maiores esquemas de segurança da história para proteger o centro financeiro de Londres da ação de manifestantes que ameaçam "invadir bancos" no que chamam de "Dia da Mentira Financeira".
Vitrines de lojas e restaurantes foram cobertas com placas para evitar depredações durante o protesto, marcado para coincidir com a cúpula do G20 na quinta-feira em Londres. Policiais em licença tiveram de voltar ao trabalho, e milhares de agentes foram mobilizados de outras partes da Grã-Bretanha.
Segundo a polícia, cerca de 4.000 manifestantes se reuniram em frente ao banco central inglês. Houve empurra-empurra, e os manifestantes jogaram ovos e bombas de tinta nos policiais.
Perto dali, uma loja Gucci fechou e sua vitrine foi esvaziada. Uma agência bancária dos arredores também preferiu fechar as portas.
Placas de madeira protegem o memorial bélico em frente ao Royal Exchange ("Real Bolsa de Valores"), que já foi o centro comercial da City londrina e hoje funciona como shopping de luxo. Canteiros de obras no bairro foram lacrados para impedir que os manifestantes usem o material de construção como arma, segundo a polícia.
Ambientalistas, pacifistas e outros manifestantes planejam uma série de protestos por ocasião da cúpula do G20, grupo de países desenvolvidos e emergentes, na quinta-feira.
"Será uma das maiores, mais desafiadores e complicadas operações que já fizemos", disse Simon O'Brien, comandante da polícia metropolitana.
As autoridades dizem desconhecer ameaças terroristas específicas contra a cúpula, mas estão cientes do fato de que foi durante uma cúpula do G8 na Escócia, em 2005, que quatro muçulmanos de origem britânica realizaram o pior ataque contra Londres em tempos de paz - os atentados suicidas contra metrôs e um ônibus que mataram 52 pessoas.
O que é G 20?
O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a V Conferência Ministerial da OMC, realizada em Cancun, entre 10 e 14 de setembro de 2003. O Grupo concentra sua atuação em agricultura, o tema central da Agenda de Desenvolvimento de Doha.
O G-20 tem uma vasta e equilibrada representação geográfica, sendo atualmente integrado por 23 Membros: 5 da África (África do Sul, Egito, Nigéria, Tanzânia e Zimbábue), 6 da Ásia (China, Filipinas, Índia, Indonésia, Paquistão e Tailândia) e 12 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Guatemala, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela).
Desde a sua constituição, o G-20 gerou grande interesse, criou expectativas e recebeu também críticas vindas diferentes direções.
O Grupo nasceu com o objetivo de tentar, como de fato o fez, impedir um resultado predeterminado em Cancun e de abrir espaço para as negociações em agricultura. Naquela ocasião, o principal objetivo do Grupo foi defender resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição do mandato de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento. Para tanto, o Grupo adotou uma posição comum, circulada como documento oficial da OMC, antes e durante Cancun (WT/MIN(03)/W/6). Essa posição permanece como a plataforma central do Grupo.
Após a falta de resultados concretos no encontro de Cancun, o G-20 dedicou-se a intensas consultas técnicas e políticas, visando a injetar dinamismo nas negociações. Foram realizadas diversas Reuniões Ministeriais do Grupo (Cancún, setembro/2003; Brasília, dezembro/ 2003; São Paulo, junho/2004; Nova Délhi, março/2005; Bhurban, setembro/2005; e Genebra, outubro e novembro/2005), além de freqüentes reuniões entre Chefes de Delegação e Altos Funcionários, em Genebra. O grupo promoveu, ainda, reuniões técnicas com vistas a discutir propostas específicas no contexto das negociações sobre a agricultura da OMC e a preparar documentos técnicos, em apoio à posição comum adotada pelo Grupo.
O G-20 consolidou-se como interlocutor essencial e reconhecido nas negociações agrícolas. A legitimidade do Grupo deve-se às seguintes razões:
- a) importância do seu membros na produção e comércio agrícolas, representando quase 60% da população mundial, 70% da população rural em todo o mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais;
- b) sua capacidade de traduzir os interesses dos países em desenvolvimento em propostas concretas e consistentes; e
- c) sua habilidade em coordenar seus membros e interagir com outros grupos na OMC.
O poder de influência do G-20 foi confirmado na fase final das negociações que levaram ao acordo-quadro de julho passado. Graças aos esforços do G-20, o acordo-quadro adotado reflete todos os objetivos negociadores do Grupo na fase inicial de negociações da Rodada de Doha: (i) ele respeita o mandato de Doha e seu nível de ambição; (ii) aponta para resultados positivos das negociações de modalidades; e (iii) representa, além disso, uma melhoria substantiva em relação ao texto submetido em Cancun, em todos os aspectos da negociação agrícola.
Durante as próximas negociações de modalidades, o G-20 manter-se-á engajado nas negociações, intensificará sua coordenação interna e seus esforços de interação com outros grupos, visando à promoção dos interesses dos países em desenvolvimento nas negociações agrícolas.
fonte:
http://www.g-20.mre.gov.br/history_port.asp
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE53006C20090401?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0&sp=true
Por Michael Holden e William Maclean
LONDRES (Reuters) (Reportagem adicional de Kate Holton)
Vejam o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=OKeZKlsrnOg&feature=related
4 comentários:
Excelente POST... Agora fiquei chateado que você não comentou que o Obama tenha dito ao Lula "Eu adoro esse cara", "o político mais popular da terra", "deve ser porque ele é boa pinta". (rs)
Brincadeira, não precisa acrescentar nada... rs... G-20 como qualquer grupo representativo não representa uma totalidade dos países em desenvolvimento, mas não deixa de ser - economicamente - um meio válido para conquistas conjuntas dos países em desenvolvimento.
Genteee...adorooo....Sabe o que falta nos braileiros??? Isso que os londrinos tiveram... Sério....manifestar...
Enfim....aposto que o G-20 não chegou a conclusão nenhuma.
hahahaha a Dama-de-Ferro sempre com seu pessimismo... 5 trilhões serão injetados até 2010! ;D
Olha amor...como já te disse pessoalmente, até que me surpreendeu...5 trilhões...Se bem que pra 23 países num é tanto assim!!!!!huahauahauahu
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